Por: invivo

No início do século, Oswaldo Cruz utilizava enxofre e piretro, um inseticida natural obtido de flores secas de crisântemo, na luta contra o Aedes aegypti. Com a descoberta do DDT, acreditou-se que o problema dos mosquitos transmissores de doenças estava resolvido. Contudo, mais tarde, descobriu-se que este composto organoclorado não só era cancerígeno, como estava causando a morte de pássaros.

 

Hoje, o controle do Aedes aegypti tem sido feito principalmente com inseticidas piretróides ou organosfosforados. Usados geralmente contra o mosquito adulto, os piretróides agem nos neurônios dos insetos, não resistem muito tempo à luz do sol, não contaminam as águas subterrâneas e ficam menos tempo no ambiente, o que os torna menos tóxicos para o homem e outros animais. Utilizados como larvicidas, os organosfosforados são mais tóxicos ao homem, embora também sejam quebrados em compostos menores no meio ambiente.

O uso contínuo de produtos químicos no combate a insetos age como uma seleção artificial: populações mais sensíveis morrem, mas alguns indivíduos resistentes sobrevivem e passam esta resistência para seus descendentes. Em pouco tempo, os insetos resistentes, devido principalmente a mudanças genéticas ou de comportamento, tornam-se maioria e os inseticidas perdem sua eficiência.

A detecção da resistência aos pesticidas se deu com o uso intensivo do DDT a partir de meados do século XX. Atualmente, há regiões no mundo em que os mosquitos são resistentes à maioria dos inseticidas. No Brasil, a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) desenvolve um programa de monitoramento nacional da resistência do Ae. aegypti a inseticidas. Os estudos que avaliam e monitoram a resistência aos inseticidas são fundamentais para a escolha dos compostos ou combinações de pesticidas mais eficazes.

Data Publicação: 23/11/2021