Por: Juliana Rocha

Leia depoimento de quem ouviu o diagnóstico, fez o tratamento e superou um transtorno alimentar.

“Começou em 1997. Eu estava com 28 anos, não comia e vomitava o dia inteiro. Minha família ficou muito preocupada porque eu sequei, começaram a pensar o que poderia ser e fizeram questão de ir comigo ao médico, mesmo eu já sendo adulta. Aí foi diagnosticada a anorexia nervosa.

Eu tenho 1,68 m, pesava 52 kg, mas cheguei aos 46 kg em poucos dias. Só não emagreci mais porque comecei o tratamento. Também parei de me pesar, porque o médico dizia que quanto mais você se pesava, mais ansiosa ficava e dificultava o tratamento.

Usei três remédios: tomava um antes das refeições para abrir o apetite, um depois das refeições para ajudar na digestão e eu não ter aquilo de colocar tudo para fora e um tipo de calmante.

Na época, eu tive um estresse muito grande no trabalho e também com um namorado.

Na verdade, eu não reparei que estava com anorexia. Eu nunca fui de comer muito, de encher prato de estivador, como eu brinco. Sempre comi pouco, era uma prática comer pouco, só que foi piorando.

As pessoas que trabalhavam comigo começaram a ficar tão preocupadas que sempre davam um jeito de, na hora do almoço, me chamar para comer, para eu ter o incentivo de almoçar com alguém. Eu não sentia fome. Comia pouquíssimo: fazia esforço para comer 100 gramas e quando comia mais, eu normalmente colocava para fora.

Mas eu nunca provoquei vômito. Ao contrário, eu passava mal tentando não colocar a comida para fora.

Eu lembro bem um dia que fui a uma lanchonete para tomar um milk shake que eu adorava. Enquanto bebia o milk shake pequeno, sentia ânsia de vômito. Depois eu comprei um pacote de biscoito recheado que eu gostava muito também, mas não consegui comer, tive mais ânsia e aí parei. Depois disso é que procurei um médico e, com os remédios, comecei a melhorar.”

(E., 37 anos.)

Data Publicação: 17/01/2022