Por: Maria Ramos

Os efeitos trágicos da privação de sono foram comprovados, pela primeira vez, em 1983 pelo pesquisador Alan Rechtschaffen. O cientista conseguiu então demonstrar que a falta de sono completa (sem tirar nem mesmo um cochilo sequer) compromete o sistema de defesa do organismo de tal forma que leva à morte. Nos seus experimentos ele impedia um ratinho de dormir, e ao final de quatro semanas o animal morreu por insônia, ou seja, pela falta de sono. Mesmo alimentando-se cada vez mais, o rato não tinha mais energia para manter suas funções vitais do corpo.

O que aconteceu nesse experimento é semelhante ao que ocorre com pessoas que sofrem de uma doença, muito rara e mortal, chamada insônia familiar fatal. Essa doença hereditária manifesta-se por volta dos 30 anos de idade e, a partir daí, o doente começa a desenvolver insônia crônica, que é uma dificuldade terrível para dormir. Com o tempo, a insônia vai piorando até que leva o indivíduo à morte. Infelizmente não existe cura para essa moléstia, uma das encefalopatias espongiformes (doenças que fazem o cérebro parecer uma esponja), como o mal da vaca louca.

Mas aqueles que têm problemas para dormir também não precisam ficar assustados. Como foi mencionado, esta é uma doença muito rara, e a maioria das pessoas que sofre de insônia está muito longe desse estágio. Afinal, o nosso cérebro usa os seus artifícios para nos proteger da falta de sono – quanto menos se dorme, mais sono se sente.

A insônia pode ser consequência de diversos fatores, como estresse, depressão ou de hábitos que prejudicam a regularidade do sono. De qualquer forma, a melhor opção é buscar um tratamento em uma clínica especializada em distúrbios do sono. Além da insônia, existem ainda várias outras doenças que comprometem as boas noites de sono e que precisam ser tratadas, como ronco, bruxismo, sonambulismo e solilóquio.

Veja que doenças são essas na matéria Dormindo acordado

Data Publicação: 17/01/2022