Por: Clara Pazos

Sua vida está ótima! Você é popular, tem vários amigos, suas notas estão boas. Até mesmo o cara de quem você gosta quer levar você ao baile da escola. De repente, a bomba! Você tem que usar aparelho.

Esta é a história de Sharon, a protagonista do desenho animado Sorriso Metálico, e de muitos outros jovens. Adolescência, apelidos, gozação, vontade de se esconder – ninguém merece… Mas pelo menos o seu aparelho não tem poderes mágicos bastante atrapalhados, como os da Sharon. E lembre-se: ao final, seu sorriso vai estar lindo!

O que leva uma pessoa a usar aparelho odontológico? Há diversos fatores que tornam necessário o início do tratamento. Pode ser por falta ou deficiência do desenvolvimento das arcadas dentárias, influenciada principalmente pela alimentação pobre em fibras. Respirar pela boca, por exemplo, pode causar deslocamento da arcada dentária, provocando problemas na mordida. Hábitos inadequados, como chupar dedos e chupetas, causam a mesma deformação. A genética também influencia, perpetuando problemas odontológicos nas arcadas e bases ósseas através de gerações.

Os dentes desalinhados prejudicam a auto-estima de jovens e crianças, que muitas vezes procuram o dentista apenas por motivos estéticos. Porém, é importante lembrar que o objetivo do tratamento é a saúde do paciente; a melhora da estética facial é apenas uma consequência.

No fundo, não existe uma idade certa para o começo do tratamento. O recomendado é que seja iniciado enquanto a criança está em fase de crescimento, entre os sete e os catorze anos. Em alguns casos mais severos, é necessário que o tratamento comece aos cinco ou seis anos de idade.

Hoje em dia, não apenas os jovens, mas também os adultos estão usando aparelho. Quem, quando criança, teve vergonha ou não tinha condições financeiras para cuidar dos dentes, depois de adulto resolveu recuperar o tempo perdido, além dos tratamentos estarem mais baratos.

Tipos de aparelhos

Foto: Zoe/Wikipedia

Foto: Zoe/Wikipedia

Dependendo da deficiência dentária e seu tratamento, há vários tipos de aparelhos a serem utilizados, desde os fixos aos móveis.

Os fixos atuam com mais força e precisão a partir de brackets metálicos. Esse modelo é o mais barato e, por ter sido mais estudado, é o mais utilizado. Apesar disso, muitas pessoas se sentem constrangidas com o impacto que provocam na aparência.

Na busca de uma solução para esse problema estético, o mercado também oferece um modelo que foge ao tradicional: aparelhos fixos com brackets brancos, bem mais discretos. Porém, além de custar quase o dobro do preço do metálico, mancham quando em contato com alimentos e bebidas como café.

Outro modelo fixo em busca da estética é o aparelho lingual. Esse aparelho é colado na parte de trás dos dentes. Porém, possui uma forma de adaptação diferente, já que a dicção pode ser afetada. No entanto, alguns dentistas ainda afirmam que, se colocado de forma adequada, não machuca e não interfere na fala do paciente.

Há ainda o tratamento com o uso do aparelho móvel, escolhido em função do problema dentário apresentado pelo paciente. Normalmente, é a parte inicial do tratamento ortodôntico, composto por duas etapas. Na primeira etapa, o aparelho móvel corrige os problemas funcionais ósseos, e sua durabilidade é de até dois anos. Se ainda houver necessidade, a segunda etapa é iniciada: o fixo é posto para a solução dos problemas restantes, durando aproximadamente dois anos.

O aparelho extrabucal, popularmente conhecido como freio de burro, é na maioria das vezes indicado para conter o crescimento da maxila, e favorecer, assim, uma proporção adequada da relação maxila/mandíbula. Isso ocorre nos pacientes que têm os dentes de cima posicionados muito mais à frente que os de baixo.

Na maioria das vezes, os adolescentes se envergonham de usar freio de burro, pois têm medo de sofrer gozação. Apesar disso, é melhor aturar brincadeiras por dois anos do que sofrer as consequências pelo resto da vida.

Data Publicação: 02/12/2021