
Fig 1. Observatórios astronômicos são um dos muitos tipos de observatórios que existem no Brasil e no mundo. Crédito: Tânia Rêgo/Agência Brasil
Observatórios estão de olho nos astros, no tempo, nas questões sociais, na história e na saúde
Você sabe o que são os observatórios? Segundo o Dicionário Houaiss, são lugares de onde se observa qualquer coisa ou edifícios equipados para observações astronômicas e meteorológicas. Mas, com o passar do tempo, esse leque foi ampliado. A nossa necessidade de compreender outros fenômenos fez com que surgissem mais modelos de observatórios. Que tal conhecer alguns desses lugares?
A partir deles, observamos os astros e muito mais!

Fig 2. O Observatório Nacional, no Rio de Janeiro, é uma das instituições de pesquisa mais antigas do Brasil. Crédito: Jonas de Carvalho/Wikimedia Commons
Para começar, vamos trazer um exemplo de um observatório tal como o descrito no dicionário Houaiss. O Observatório Nacional (ON), localizado na cidade do Rio de Janeiro, foi criado por D. Pedro em 1827. Atualmente, ele é uma unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
O Observatório Nacional tem por missão realizar pesquisas, desenvolvimento e inovação nos campos da astronomia, geofísica e meteorologia. Também oferece cursos de pós-graduação em astronomia e geofísica.
Além disso, cabe ao ON a responsabilidade de determinar, conservar e disseminar a ‘Hora Legal Brasileira’, isto é, é ele que determina a hora oficial utilizada no Brasil. Ela é a referência para todas as atividades que precisam ter precisão temporal no país.
Observatórios também geram dados que ajudam na formulação de políticas públicas

Fig 3. O Observatório das Favelas nasceu no Complexo da Maré (RJ). Crédito: Tomaz Silva/Agência Brasil
Atualmente, existem vários observatórios voltados à pesquisa sobre temas como segurança pública, educação, corrupção, pobreza e desigualdade e até mesmo saúde humana. Estranhou? Mas é verdade! Existem observatórios dedicados a suprir gestores e governos de dados e informações para o enfrentamento de epidemias e o monitoramento das condições de saúde da população de um país ou região.
Um exemplo desse tipo de iniciativa é o Observatório de Favelas, que nasceu de uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público. Sediado no Complexo da Maré (RJ), o Observatório de Favelas produz conhecimento e metodologias que ajudam a desenvolver políticas públicas com foco na redução das desigualdades e no fortalecimento das regiões periféricas do país.
Mas, na prática, como isso funciona? A instituição atua em cinco eixos: ‘Arte e Território’, ‘Comunicação’, ‘Educação’, ‘Direito à vida e à segurança pública’ e ‘políticas urbanas’. E faz isso a partir de projetos e ações que integram esses campos a questões de raça, gênero, classe, sexualidade e territorialidade.
E tem também observatório que pesquisa a história das doenças e das vacinas!

Fig 4. O Observatório História e Saúde da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz) produz pesquisa e publicações sobre a história das doenças, das vacinas, do SUS e muito mais. Crédito: Vitor Vogel/COC Fiocruz
Outros exemplos de observatórios que ajudam a formular políticas públicas são aqueles que dialogam com várias áreas do conhecimento. O Observatório História e Saúde da Casa de Oswaldo Cruz, um instituto da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), é um deles. Dedicado à história da medicina, ciência e saúde humana, foi criando em 2004 a partir de uma iniciativa conjunta da Organização Pan-americana de Saúde (OPAS/OMS), da Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde (SGTES/MS) e da Fiocruz.
Mas o que faz esse grupo que observa a história? Muita coisa. O OHS publica livros, artigos em revistas, produz bases de dados repletas de referências para quem deseja estudar o tema e realiza entrevistas com pessoas que se destacam na área. Um exemplo são as pesquisas sobre a história das doenças e das políticas públicas de saúde, entre outros temas. Essas informações possibilitam que os cientistas de hoje e do futuro saibam os caminhos percorridos por seus antecessores, o que ajuda na invenção de novas vacinas e tratamentos.
O OHS também vem pesquisando, há muito tempo, a história do nosso Sistema Único de Saúde (SUS). Você pode não saber, mas o SUS, hoje o maior sistema público de saúde gratuito do mundo, começou a ser planejado nos anos 1960.
Esses são apenas alguns dos muitos observatórios que temos por aí. Nesse mundo acelerado e desafiador em que vivemos, eles são peças importantes que ajudam o ser humano a compreender mais sobre a Terra, o universo, nosso presente e passado e possíveis estratégias para um futuro melhor. Estar bem informado faz toda diferença!
Saiba mais:
Fontes consultadas:
Houaiss, A. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa.
Brasil. Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Observatório Nacional. Disponível em: https://www.gov.br/observatorio/pt-br/acesso-a-informacao/institucional/historico. Publicação em: 06 mai 2016. Atualização em: 21 mar 2021.
Brasil. Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Observatório Nacional. O papel do Observatório Nacional em 200 anos do Brasil Independente. Disponível em: https://www.gov.br/observatorio/pt-br/assuntos/noticias/o-papel-do-observatorio-nacional-em-200-anos-do-brasil-independente#:~:text=Hoje%2C%20o%20Observat%C3%B3rio%20Nacional%20tem,Metrologia%20em%20Tempo%20e%20Frequ%C3%AAncia%E2%80%9D. Publicação em: 06 set 2022. Atualização em: 21 out 2022.
Observatório História & Saúde (OHS). Casa de Oswaldo Cruz. Fundação Oswaldo Cruz. Disponível em: https://ohs.coc.fiocruz.br/
*Todos os sites foram acessados em 21 jul 2025.
Por Cristiane d’Avila (equipe OHS)
Data Publicação: 06/08/2025
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