Figura 1: Pegada do astronauta americano Buzz Aldrin na superfície lunar durante a missão Apollo 11. Crédito: NASA

 

Este texto é uma adaptação da coleção Os Mensageiros das Estrelas, do Museu da Vida Fiocruz. Você pode conferir este e outros conteúdos da coleção no site!

 

Confira detalhes da viagem da Apollo 11 e entenda a sua relevância para a história da exploração espacial

Julho é um mês muito especial para a história da exploração espacial. Foi em 20 de julho de 1969 que humanos pisaram em solo lunar pela primeira vez, com a espaçonave Apollo 11.

Lançada pelo poderoso foguete Saturno V em 16 de julho de 1969, no Centro Espacial John F. Kennedy (Flórida, EUA), a espaçonave levava em seu interior três astronautas: Neil Armstrong, Michael Collins e Buzz Aldrin. Quatro dias depois, em 20 de julho daquele ano, a Apollo 11 fez história ao se tornar a primeira missão tripulada a pousar na Lua e, por assim dizer, a mais emblemática já realizada pela Agência Espacial Americana, a NASA.

 

Figura 2: Lançamento da Apollo 11 em 16 de julho de 1969. Crédito: NASA

 

Por dentro da Apollo 11

A Apollo 11 era dividida em três partes: o Módulo de Comando, onde ficava o centro de controle da nave e a cabine da tripulação chamada Columbia (esta foi a única parte da espaçonave que retornou para a Terra), o Módulo Lunar (conhecido como Eagle, “águia” em inglês) composto por dois sub-módulos – sendo um usado para a descida e outro para o regresso da superfície lunar, e o Módulo de Serviço, situado entre os módulos de Comando e Lunar, que servia de suporte técnico com os equipamentos de manutenção de vida e motores.

O pouso da Águia

Após realizarem uma série de tarefas até a desacoplagem do Módulo Lunar dos demais módulos, os astronautas, enfim, se aproximavam do seu objetivo: a superfície da Lua. Naquele dia, o mundo parou para ver o pouso da Águia no Mar da Tranquilidade, uma região da face visível da Lua feita de lava basáltica solidificada.

 

Figura 3: Aldrin saindo da Eagle para se juntar a Armstrong na superfície lunar. Crédito: NASA

 

A primeira pessoa a pôr os pés no satélite natural foi Neil Armstrong. É dele a frase célebre: “Um pequeno passo para um homem, um salto gigante para a humanidade”. Outro a pisar no satélite natural foi Buzz Aldrin. Os dois passaram 22 horas na Lua, sendo somente duas horas e 40 minutos fora da nave. Em solo lunar, os astronautas realizaram experimentos e coletaram amostras de rochas da superfície.

O astronauta que nunca pisou na Lua

Reparou que está faltando um astronauta na dinâmica de solo? Pois bem… Enquanto Buzz Aldrin e Neil Armstrong faziam a simbólica caminhada pelo satélite natural, Michael Collins permanecia em órbita no comando de Columbia. Apesar da grande responsabilidade, a tarefa acabou lhe rendendo a fama de ser o único tripulante da Apollo 11 que nunca pisou de fato na Lua.

 

Figura 4: A tripulação da Apollo 11: Neil Armstrong, Michael Collins e Buzz Aldrin (da esquerda para a direita). Crédito: NASA

 

O Programa Apollo e momentos marcantes de outras missões

O Programa Apollo foi um conjunto de missões coordenadas pela NASA, entre as décadas de 60 e 70, cujo objetivo era levar humanos à Lua (e mostrar ao mundo, em especial, a União Soviética a supremacia tecnológica dos Estados Unidos no episódio que ficou conhecido como a ‘corrida espacial’ durante o período histórico chamado ‘Guerra Fria’).

Muito antes do sucesso da Apollo 11, outras missões foram determinantes para a evolução do Programa que, também, é lembrado por derrotas dolorosas.

É o caso da Apollo 1. Em 27 de janeiro de 1967, durante um ensaio de lançamento, uma falha elétrica provocou um incêndio que se alastrou rapidamente devido ao oxigênio puro no interior da cápsula, levando à morte os astronautas Virgil “Gus” Grissom, Edward H. White e Roger B. Chaffee. Após o acidente, o Programa passou por um longo período de reavaliação dos protocolos de segurança.

Outra missão de destaque foi o da Apollo 8. Lançada em 21 de dezembro de 1968,  a Apollo 8 foi a primeira a levar astronautas à órbita da Lua com o objetivo de mapear possíveis locais de pouso. A bordo da espaçonave, estavam os astronautas Frank Borman, Jim Lovell e William Anders. A tripulação alcançou o feito de entrar na órbita lunar em 24 de dezembro daquele mesmo ano.

Com a Apollo 9, o objetivo era testar em órbita terrestre o equipamento desenvolvido para o pouso na Lua. Lançada em 3 de março de 1969, a espaçonave permitiu que a tripulação realizasse manobras de separação de acoplamento. Os astronautas responsáveis pela missão eram James McDivitt, David Scott e Russell Schweickart.

Já a Apollo 10 teve como missão testar o Módulo Lunar em órbita do satélite natural. Lançada em 18 de maio de 1969, a espaçonave  contou com três tripulantes, Thomas Stafford, John Young e Eugene Cernan, e funcionou como um teste preparatório para a próxima missão.

A Apollo 11 foi a primeira de algumas missões do Programa, que levou 18 astronautas à Lua. 12 dessas pessoas pisaram em solo lunar e seis permaneceram em órbita, no comando da nave de retorno. São elas:

:: Apollo 12 – 14 de novembro de 1969

:: Apollo 13 –  11 de abril de 1970 (com pouso abortado devido a uma falha técnica)

:: Apollo 14 – 31 de janeiro de 1971

:: Apollo 15 – 26 de julho de 1971

:: Apollo 16 – 16 de abril 1972

:: Apollo 17 – 7 de dezembro de 1972 (com o recorde de 75 horas em solo lunar)

Cada uma dessas missões ampliou o tempo em solo lunar e a quantidade de amostras trazidas da Lua.

 

Hora do Desafio!

 

Figura 5: Ilustração dos Mares da Lua. Crédito: Calendário astronômico UFMG.

 

Você já olhou para a Lua, percebeu várias manchas escuras e se perguntou o que eram e como surgiram? Antigamente, pelo seu tom escuro, se pensava que eram áreas repletas de água e, por isso, foram denominadas de mares. Mas, hoje em dia, sabemos que não existe água nessas áreas da Lua.

Os Mares Lunares (maria lunarium, em latim) cobrem cerca de 16% da superfície lunar. Além dos mares, todo um universo lunar de “oceanos”, “lagos”, “pântanos” e “baías”, com tamanhos diferenciados, mas morfologicamente semelhantes, foram imaginados para diversas áreas da Lua.

As áreas mais escuras do satélite natural são compostas por basalto, que é uma rocha mais recente que a parte branca montanhosa. Essa parte mais escura sempre foi associada a impactos de asteroides e atividades vulcânicas do passado lunar.

Assim como as regiões mais escuras são chamadas de “mares”, as áreas claras foram chamadas de “continentes”, pois são formadas por rochas diversas que refletem melhor a luz solar. E se subdividem em montanhas e vales.

 


 

No ‘Desafio da Lua Cheia’, observe o satélite natural em sua fase cheia e tente localizar seus “mares”. Para a dinâmica, use como referência a imagem ilustrativa acima.

 

Figura 6: Lua Cheia. Crédito: Moon Phase and Libration, NASA.

 

Para saber mais sobre as missões espaciais, acesse a coleção ‘Os Mensageiros das Estrelas – Sistema Solar’. Conheça também outros conteúdos astronômicos no site do Museu da Vida Fiocruz.

 

Fontes consultadas:

PEREIRA W. A gente precisa ver o Luar. In: COLONESE, P. (Org.) Os Mensageiros das Estrelas: Sistema Solar, volume 6, – Rio de Janeiro: Fiocruz – COC, 2021. p. 13-33. Disponível em <https://museudavida.fiocruz.br/images/Publicacoes_Educacao/PDFs/OMESSolar2021vol6.pdf> Acesso em 10 de julho. 2023.

PEREIRA W. A gente precisa ver o Luar. In: COLONESE, P. (Org.) Os Mensageiros das Estrelas: Sistema Solar, volume 3, – Rio de Janeiro: Fiocruz – COC, 2020. p. 12-40. Disponível em <https://www.museudavida.fiocruz.br/images/Publicacoes_Educacao/PDFs/OMESSolar2020vol3.pdf>  Acesso em 10 de julho. 2023.

 

Por Willian Pereira, sob supervisão de Paulo Henrique Colonese. Adaptado por Renata Bohrer para o Invivo.

Data Publicação: 26/07/2023