Por: Daniele Souza

E, num surto de modernização do país, começaram as mudanças. Em meados do século XIX, foram introduzidos bondes ou carris urbanos, transformando-se numa freguesia urbana. Em 1899, o prefeito Cesário incumbiu o Barão de Pedro Affonso, responsável então pelo Instituto Vacínico Municipal, de obter soros contra a peste bubônica. Como os pedidos feitos a outros países estavam demorando, o barão foi encarregado de criar um Instituto Soroterápico nos limites do Rio de Janeiro.

Após o surgimento da peste em Santos, começou a procura pelo local adequado, que viria a ser a Fazenda de Manguinhos; um local isolado, mas de fácil comunicação com a capital. Com as obras dos laboratórios iniciadas, um decreto governamental, em 25 de maio de 1900, transformou o então Instituto em Instituto Soroterápico Federal. Pouco depois, em julho de 1900, foram inaugurados os laboratórios.

Ao ser nomeado, em 1903, para chefiar a Diretoria Geral de Saúde Pública, Oswaldo Cruz tenta modernizar o instituto, produzindo remédios, incentivando a pesquisa e a promoção de atividades ligadas à saúde pública, além de iniciar a implementação do conjunto arquitetônico do campus.

Os projetos dos edifícios de Manguinhos, até meados da década de 20, foram feitos pelo engenheiro-arquiteto Luiz de Moraes Junior, que havia conhecido Oswaldo Cruz em um vagão do trem da Leopoldina, quando estava executando obras de reforma da Igreja da Penha.

Moraes Júnior foi responsável pela construção do antigo Biotério e do prédio do Aquário, hoje demolidos, além do Pavilhão da Peste, do prédio da Cavalariça, do Pavilhão Mourisco, do  Quinino, entre outros.

Em janeiro de 1981, ocorreu o tombamento do Conjunto Arquitetônico Histórico de Manguinhos pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – Iphan, que abrange os pavilhões Mourisco (Castelo), da Peste, da Cavalariça, do Pombal e o Hospital Evandro Chagas.

Além de ser reconhecido, internacionalmente, como uma das mais belas obras de arquitetura, o Castelo Mourisco se tornou um símbolo da Fundação Oswaldo Cruz, que passou a ter este nome a partir de 1970, após diversas alterações político-administrativas.

Fontes de informações:

CHACEL, F. M. Plano diretor ambiental do campus da Fundação Oswaldo Cruz: agenciamento ambiental e paisagístico: proposta de intervenção. Rio de Janeiro: Fiocruz. Diretoria de Administração do Campus, 1996. 79p. Mimeografado.

OLIVEIRA, Benedito Tadeu, COSTA, Renato da Gama-Rosa, PESSOA, Alexandre José de Souza. Processo de formação do campus de manguinhos (1900-2000).  In.: ________. Um lugar para a ciência: a formação do campus de Manguinhos. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2003.

Data Publicação: 12/01/2022