Por: Manuela Musitano

Para entender sobre energia nuclear, primeiro você tem que entender o que é um átomo. Bem, um átomo é um dos menores elementos que formam a matéria. Sabe-se que 100 elementos químicos combinados de formas diferentes, formam moléculas e a partir daí, diversas substâncias, inclusive o corpo humano. Se alguma coisa for dividida em milhões de partes, sobrarão moléculas e se uma molécula for dividida, sobrarão os átomos. Então você concorda que um átomo é uma coisa infinitamente pequena?

Reprodução de um átomo

Reprodução de um átomo

O que você pode não acreditar é que o núcleo deste átomo concentra uma energia muito grande, capaz de estourar uma bomba que devastou uma cidade inteira. Pois é, este é o poder da energia nuclear, uma outra alternativa para produção de energia elétrica que possuímos. Porém, ela ainda é desenvolvida e estudada com muito cuidado, porque não foi só a devastação de uma cidade que ela causou, outros acidentes marcaram sua existência. Até hoje, lugares onde esta energia é gerada funcionam sobre um forte esquema de precaução.

As usinas nucleares devem ser construídas em locais mais afastados da população e são responsáveis pelas reações nucleares, que transformam a massa contida no átomo em energia, que pode ocorrer de forma natural ou através do bombardeamento dos elementos que compõem o processo. Mesmo não tendo uma ligação direta com fontes naturais de energia, o método de produção da energia nuclear não utiliza combustíveis fósseis para ser produzida, ou seja, isso também auxilia a não aumentar o efeito estufa (link 925), se tornando uma das fontes de energia menos poluente para a atmosfera, quando usada de maneira adequada.

Usina Nuclear de Angra

Usina Nuclear de Angra

Em 30 anos, o consumo da energia nuclear aumentou 170 vezes, aproximando-se da quantidade de energia produzida pelas hidrelétricas. A Europa domina o número de usinas nucleares construídas e em funcionamento, com a França liderando a produção de 82% da energia consumida sendo nuclear, mas países como os Estados Unidos, a Índia, o Japão e o Brasil também implantaram estas usinas em seus territórios. No nosso país, de 1985 até agora, três usinas já foram construídas e duas já trabalham com eficiência; as usinas de Angra I e II.

Estima-se que cerca de 11% do consumo de eletricidade no Rio de Janeiro tenha sido gerado através da energia nuclear, o que atingiu 1,7 milhão de pessoas em 2006 (cálculo feito pela Eletronuclear, órgão responsável pelas usinas). Mesmo possuindo outros benefícios ecológicos, as usinas nucleares produzem lixo nuclear radioativo, que é extremamente prejudicial ao homem, por isso ainda há o estudo sobre o que fazer com ele. Atualmente, os lixos são colocados em galões hermeticamente fechados e enterrados em algum lugar afastado.

Uma usina nuclear possui características bem próximas de usinas termelétricas, porém não utiliza combustíveis fósseis como o carvão e o gás para produzir calor. Nas centrais nucleares, o calor é produzido através das transformações dos átomos nas cápsulas de combustíveis próprias. Até chegar ao gerador de vapor, um reator já aqueceu a água que está dentro de um circuito primário. Em contato com os tubos deste gerador de vapor, a água se torna vapor em alta pressão, movimentando turbinas de um gerador elétrico. Este último produz a energia encaminhada diretamente ao sistema de distribuição.

Fumaça proveniente de uma bomba atômica

Fumaça proveniente de uma bomba atômica

Vimos que mesmo causando acidentes que levaram à morte de centenas de pessoas imediatamente ou a longo prazo, a energia nuclear ainda é de interesse de muitos países que desejam dominá-la, não só para geração de energia elétrica, mas também para a produção de bombas nucleares. Podemos acompanhar notícias nos jornais diários de líderes políticos ameaçando outras nações através da posse de algumas armas nucleares, que como já se viu em Hiroshima e Nagasaki, na Segunda Guerra Mundial, pode devastar populações inteiras com o disparo de uma única bomba.

Agora que você conhece os dois lados da moeda, o que acha disso tudo? Ainda é vantajoso dividir este tipo de tecnologia, mesmo que sobre ameaça da construção de armas nucleares cada vez mais potentes? Até aqui, qual o tipo de energia que mais te interessou e qual você acha que será o futuro da humanidade? Discuta com seus colegas e seus professores, levando o assunto para sua sala de aula. Boa sorte!

http://www.eletronuclear.gov.br/tecnologia/index.php?idSecao=2&idCategoria=19,
http://www.epbjc-porto.net/bjc/vida_cronologia.htmlhttp://oglobo.globo.com/economia/mat/2007/06/25/296508430.asp

Consultor: Paulo Colonese – Físico/ Museu da Vida (Fiocruz)

 

Data Publicação: 29/11/2021