Por: Manuela Musitano

Os primeiros moinhos surgiram com a procura do homem em moer grãos para produção de farinha, irrigar plantações e moer vegetais para extração dos sucos de forma mais prática. Cerca de 2 mil anos a.C. já existiam moinhos movidos a vento na China, utilizados também para irrigar a plantação. Até hoje a mesma base do mecanismo do moinho de vento é mantida para construção deles, porém, com uma pequena modificação nas hélices externas, que atualmente são mais aerodinâmicas e potencializam mais a força do vento.

Os moinhos de água também podem ser chamados de azenhas ou atafonas e este mecanismo foi o primeiro a explorar a energia mecânica com a exclusão total da força de animais e do homem. Eles funcionavam a partir de uma roda com degraus, colocada na vertical, que girava com a queda d’água. Duas pedras redondas que ficavam ligadas a esta roda, giravam juntamente com ela, moendo grãos e vegetais.

O objetivo inicial da criação do moinho movido pelo vento foi a irrigação. Com a criação do motor a vapor e a combustível, os moinhos de vento e a energia eólica sofreram um declínio, mas voltaram com tudo após a crise do petróleo, no ano de 1973, e devido à preocupação com o ambiente.

Em 1860 foi criado o primeiro gerador eólico de energia que trabalhava basicamente transformando uma energia em outra: o vento em eletricidade.

Assim como a energia solar, a geração da energia eólica é totalmente não poluente, o que garante seu lugar no futuro, já que as maiores preocupações atuais são a poluição e o consequente efeito estufa, causados principalmente pela queima de combustíveis e de carvão para geração de energia. A energia eólica é considerada limpa e renovável, excelente como fonte energética, mesmo que ambientalistas reclamem da quantidade de barulho produzido pelas hélices e da modificação da rota de pássaros em migração. Porém, o que precisa ser observado é a bateria que armazena a eletricidade gerada a partir dela, essa sim, tóxica e poluente.

Para ter a energia gasta na construção compensada, uma turbina eólica precisa trabalhar por cerca de três a oito meses. É importante que ela esteja localizada onde o vento bata com frequência e continuidade. Por isso, nos EUA, 95% dos parques eólicos estão fixados no estado da Califórnia. No Brasil, o maior potencial eólico está na região nordeste, mas se as pesquisas se estenderem, o país pode aumentar muito sua capacidade de produção eólica. O preço atual da energia eólica para o consumidor é muito baixo. Quando foi implantada, nos anos 1980, cada KW/h não saía por menos de US$ 0,30. Hoje, o cidadão norte-americano, onde foi feita esta pesquisa, paga em torno de US$ 0,04 a 0,10 pela mesma quantidade.

A razão disso é bem simples: quanto mais estável o vento for em determinada área, menor será o custo para geração de eletricidade. Para você ter uma noção da quantidade de energia que pode ser gerada por um parque eólico, se juntarmos todas as grandes turbinas de vento do mundo, suas produções equivaleriam a de oito usinas nucleares. E ainda, uma turbina eólica de tamanho grande pode gerar uma energia suficiente para iluminar 600 residências de consumo normal. Como se pode ver, uma energia limpa, renovável e capaz de ser instalada em locais onde o fornecimento elétrico é deficiente tem tudo para se tornar a energia das novas gerações.

Consultor: Paulo Henrique Colonese – Físico/ Museu da Vida (Fiocruz)

Data Publicação: 29/11/2021