Por: Miguel de Oliveira

Amoeba proteus

Amoeba proteus

Um pequeno ser se arrasta sobre a superfície de uma pedra, no fundo de um pequeno lago raso, habitado por peixes, plantas e outros seres. O sol da manhã penetra nas águas, fornecendo energia para toda uma cadeia de vida que começa com seres microscópicos: as algas. É neste mundo microscópico que vamos presenciar uma batalha emocionante: a sobrevivência.

Aquele pequeno ser, o protozoário, aproxima-se de uma massa disforme, composta por pequenos bastões que, aparentemente, não se parecem com nada que conhecemos. Ele vai produzindo projeções do seu corpo sem forma e alongando-as, de dentro para fora, movendo-se com lentidão, mas de forma resoluta. Aquela massa de bastões parece parada, mas continua aumentando de tamanho: novas unidades vão surgindo a cada momento. Nosso pequeno protagonista se aproxima e lança seus pseudópodes sobre alguns bastões que se encontram um pouco afastados da massa principal. Suas vítimas não fogem. Parece que nossa amiga vai conseguir seu almoço mais cedo hoje. No entanto, ela não consegue envolver os bastões pois estes lhe são escorregadios: quanto mais ela tenta envolvê-los com seus braços, mais os bastões escorregam, saindo do alcance do seu abraço letal. Parece que nossa amiga não está com sorte…

Você já descobriu de quem estamos falando? Vamos continuar a nossa estória…

Nossa amiga continua a se arrastar lentamente, usando seus pseudópodes (ou pés falsos) e mudando de forma continuamente. Nossa amiga não tem cérebro, nem sistema circulatório e nem músculos, mas é uma criatura bela e que conseguiu sobreviver, de lago em lago, ao longo de bilhões de anos. Ela se aproxima agora de um grupo de seres marrons; são pequenos discos que revestem uma pedra no fundo do lago. Ela emite seus pseudópodes e em pouco tempo, os discos vão parar dentro do seu corpo transparente. Desta vez, estes seres foram logo envolvidos e não tiveram um meio de escapar. Enfim, parece que ela conseguiu seu almoço!

E então? Já sabe? Dê uma olhadinha logo abaixo…

As amebas: um mundo microscópico e maravilhoso

Arcella gibosa

Arcella gibosa

Nossa amiga é uma ameba de vida livre, um protozoário de uma única célula, que se alimenta, cresce e se reproduz como tantos outros organismos que conhecemos. Suas presas são algas de diversos tipos (em forma de discos, em cadeias formando fios, etc), que produzem boa parte do oxigênio que respiramos, e bactérias de vida livre, que decompõem a matéria orgânica. Algumas de suas possíveis presas conseguem se defender, evitando serem engolidas, como na estória, graças a uma capa protetora que as envolve. Isto tudo acontece em um mundo microscópico, em uma escala de milésimos de milímetro, que é habitado por bilhões destes seres, em contato e constante interação com os seres do mundo macroscópico, ou seja, o mundo que estamos acostumados a ver.

As amebas podem ser nuas, como a Amoeba proteus (acima),ou podem ter casinhas, como a Arcella gibosa (ao lado). Há amebas que vivem dentro de organismos, podendo causar doenças sérias como a amebíase.

Fonte de imagens: www.satgeo.de

Data Publicação: 26/11/2021