Por: Elisa Batalha

Foto: Wikipedia

Foto: Wikipedia

Há cem anos, 100 mil tigres corriam livres na natureza. Hoje eles não passam de 3500. Em 15 a 20 anos, não haverá nenhum! A advertência é de especialistas em vida selvagem, preocupados com a caça predatória e a drástica redução dos hábitats desses animais – 40% na última década. Para quem pensa que essa advertência é alarmista, é importante lembrar : somente entre as décadas de 1940 e 1980, três espécies de tigres foram extintas!

Livre na natureza, o grande felídeo de cor alaranjada e listras negras (nome científico: Panthera tigris) vivia ao longo de vastos territórios por toda a Ásia, em diferentes ambientes como savanas, florestas tropicais, e áreas rochosas e geladas ao redor da cordilheira do Himalaia. Eles estavam espalhados da Turquia até o extremo leste da Rússia, passando pela Índia e pelas ilhas da Indonésia. Mas sua distribuição geográfica se reduziu muito nas últimas décadas. Restam tigres em apenas 7% do território original, vivendo somente na Rússia e em 12 países asiáticos (Bangladesh, Butão, Cambodja, China, Índia, Indonésia, Laos, Malásia, Mianmar, Nepal, Tailândia e Vietnã).

E com tantos tecidos por aí, ainda tem muita gente que quer usar justamente um casaco de pele de tigre! Apesar de sua caça estar proibida em todo o mundo, os tigres são abatidos para a retirada e venda de sua pele, usada na fabricação de roupas e como tapetes. Em alguns países, como a China, acredita-se que partes do corpo de tigres funcionem como remédio, embora esse uso não tenha comprovação científica. Mais um motivo para a perseguição.

E ainda por cima, pessoas que vivem em áreas habitadas pelo bichano o encaram como uma ameaça, como se ele fosse uma espécie de Shere Khan, o malvado tigre que infernizava Mogli, o menino-lobo. Mas não é nada disso. Acontece que, sem presas selvagens para caçar, muitas vezes os animais têm que se alimentar do gado que é criado nas fazendas.

O espaço é mesmo uma questão essencial para o tigre, já que ele é um caçador, que se alimenta de grandes mamíferos como porcos, cervos, antílopes e búfalos, e pode consumir 40 kg de carne de uma só vez. Em pouco espaço, existe pouca caça, e isso dificulta cada vez mais a vida do carnívoro.

Os tigres não são todos iguais. Existem variações – as subespécies –  que diferem de acordo com a coloração, pelagem e tamanho. O maior tigre é o siberiano (Panthera tigris altaica). Os machos dessa subespécie podem pesar mais de 300 kg, e as fêmeas, até 167. Suas medidas podem chegar a 3,3 m de corpo e sua cauda, até 1,1 m.

Ao todo, nove subespécies de tigre são conhecidas, mas três já foram extintas entre os anos 40 e 80 do século XX. O tigre de Bali foi extinto nos anos 40, em seguida o tigre Cáspio nos anos 70, e o tigre de Java nos anos 80. Há muitos anos não é visto também nenhum Tigre do Sul da China nas florestas. Existem apenas alguns indivíduos em cativeiro.

Os esforços para a preservação do animal têm sido intensos, mas a luta é árdua, porque o espaço é um bem raro no sudeste asiático, região altamente povoada. Para o tigre ser preservado, ele precisa ser visto pelas populações e por seus governantes como um importante tesouro nacional dos países que o possuem. É preciso que uma paisagem com tigres vivos valha mais do que aquelas em que eles foram mortos, advertem os especialistas. E isso só será alcançado com apoio internacional.

Saiba mais:

Um tigre, dois tigres, três tigres… as diferentes subespécies

Hábitos impressionantes

Tigres extintos

Links externos

WWF – Tigres (em Inglês)

Save the tiger fund (em Inglês)

Como surgem as subespécies?

Data Publicação: 23/11/2021