Por: invivo
Todo um gênero de rãzinhas, existente apenas (endêmico) no Brasil, encontra-se em risco de extinção. São quatro espécies, que vivem nas montanhas de altitude da mata atlântica: Holoaden bradei, Holoaden luederwaldti,Holoaden pholete e Holoaden suarezi.
Estas rãzinhas pertencem à família Craugastoridae, que acredita-se ter se separado das outras famílias de anuros há mais de 50 milhões de anos antes da grande elevação dos Andes.
Todo o gênero Holoaden figura na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN).
Holoaden bradei
Encontrada apenas em uma pequena área de mata de menos de 10km2 no alto da Serra de Itatiaia entre 2400 e 2600m acima do nível do mar, a rãzinha verrugosa da Serra de Brade (Holoanden bradei), entrou para a lista de anfíbios do programa EDGE of Existence (limite da existência), uma iniciativa voltada para a conservação de espécies distintas evolutivamente e em risco globalmente.
Descrita pela primeira vez por Adolpho Lutz em 1958, era relativamente comum, mas desde 1979 não é mais encontrada, podendo até estar extinta. Ela vive entre folhas e detritos que cobrem o chão (serapilheira) da Mata Atlântica, onde também põe seus ovos. Em clareiras, esconde-se sob pedras e em bromélias. Procriam provavelmente por desenvolvimento direto, isto é, os filhotes eclodem dos ovos como adultos em miniatura, pulando a fase de girinos.
Outras espécies
A rãzinha-verrugosa-da-serra-de-Luederwaldt (Holoaden luederwaldti) era encontrada em matas da Serra da Bocaina, em Campos de Jordão, São Paulo, e em Itatiaia, no Rio de Janeiro. Mas desde de 1970, a espécie não é vista em terras fluminenses. Vive nas florestas de altitudes sob mantas de musgo que cobrem as rochas.
Outra rãzinha endêmica brasileira é a Holoaden pholete, descoberta em 2008 e encontrada apenas na Serra dos Órgãos entre 1200 e 1400m acima do nível do mar, no distrito de Theodoro de Oliveira, em Nova Friburgo, no Rio de Janeiro.
Descoberta apenas em 2013, a rãzinha Holoaden suarezi é encontrada apenas na Serra do Mar, nos municípios de Bananal, São José do Barreiro e Salesópolis, no estado de São Paulo. Passa a maior parte do tempo em tocas no solo. Pholeter em grego significa “aquele que vive em buracos”. Saem à noite, forrageando na serapilheira e no interior de cavidades na base das árvores.
Imagens* Foto: Ivan Sazina/ICMBio
** Foto: Martha Lange
Data Publicação: 06/12/2021