Por: Maria Ramos

Por muito tempo, a produção de sorvete foi um luxo reservado a poucas pessoas, porque dependia do gelo formado na natureza e de trabalhosos métodos para coletá-lo e armazená-lo. Durante todo o século XVII, as receitas foram cuidadosamente guardadas, e saborear essa guloseima gelada ainda era privilégio dos que frequentavam os palácios reais.

A partir do século XVIII, no entanto, o consumo de sorvete começou a se espalhar pela Europa. Em 1768 foi publicado, na França, o primeiro livro do Ocidente a revelar receitas de sorvete, A Arte de Fazer Sobremesas Geladas, que também continha explicações teológicas e filosóficas para o congelamento da água.

Ilustração: Barbara Mello

Ilustração: Barbara Mello

Em 1843, a norte-americana Nancy Johnson inventou uma máquina de fazer sorvete que simplificava bastante o processo de produção, permitindo que qualquer pessoa fizesse sorvete de qualidade em sua própria casa. A máquina funcionava com uma manivela, girada manualmente para a mistura dos ingredientes, que ficavam em uma espécie de balde, com uma mistura de gelo e sal no fundo (não se esqueça que o congelador ainda não tinha sido inventado).

A partir de 1850, o sorvete começou a se popularizar e passou a ser vendido a pessoas comuns. Em 1851, o leiteiro Jacob Fussell, procurando aproveitar o excedente da sua produção de leite, abriu em Baltimore, nos Estados Unidos, a primeira fábrica de sorvetes do mundo, vendendo em grande escala e a menos da metade do preço cobrado por outros vendedores!

Em 1865, depois da Guerra Civil nos Estados Unidos, um grande número de vendedores de sorvete de rua, chamados Homens Hokey-Pokey surgiu nas grandes cidades. Ninguém sabe ao certo o que quer dizer Hokey Pokey, mas supõe-se que a expressão seja derivada de algum jargão usado por vendedores de sorvete italianos. Que coisa, não?

Em 1899, o francês August Gaulin inventou um homogeneizador que quebrava os glóbulos de gordura e dava uma textura muito mais suave ao sorvete. Foi durante o século XIX, também, que desenvolveram-se técnicas que abriram caminho para a criação do primeiro aparelho de refrigeração mecânica. Com o surgimento de geladeiras e congeladores no início do século XX, aumentou a produção e o consumo de sorvete, levando ao aparecimento de novas indústrias.

Durante a Segunda Guerra Mundial (1941-1945), o sorvete já era tão popular, que fazia parte da lista de itens essenciais para manter o ânimo das tropas americanas, como cigarros, refrigerantes e chicletes. A fabricação de sorvete para civis tinha sido reduzida, com o intuito de economizar leite e açúcar.

O sorvete chega ao Brasil

Data Publicação: 13/01/2022