Otto Edward Henry Wucherer nasceu na cidade do Porto, Portugal, no dia 7 de julho de 1820. Filho de pai alemão e mãe brasileira, passou dos seis aos sete anos vivendo na Bahia, onde seu pai era gerente de uma casa comercial. Em seguida, foi para a Alemanha, formando-se em Medicina pela Universidade de Tubingen. Retornou ao Brasil em 1843, fixando-se em Salvador.

Considerado o fundador da helmintologia brasileira, foi o primeiro a utilizar o microscópio no Brasil, no diagnóstico e pesquisa científica de doenças vindas da África. Com o médico inglês John Paterson, que também vivia na Bahia, identificou a febre amarela, ausente do país desde 1686, e reintroduzida por um navio americano.  Diagnosticaram também o cólera em 1855.

Na realização de seus trabalhos, utilizava o método experimental, baseado em pesquisa microscópica e anatomo-patológica. Todas as hipóteses que formulou sobre as causas da hipoemia intertropical e das hematoquilúrias nos países quentes, confirmou-as através de uma investigação rigorosamente científica.

Foto: UFBA

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Junto com Paterson e o médico português Silva Lima, decidiu estudar a medicina não nos livros europeus, mas nos próprios doentes. Dessa maneira os três constituíram a Escola Tropicalista Bahiana, que investigou várias doenças comuns no país.

Em 1866, observou pela primeira vez, na urina de um paciente com filariose, os embriões de filárias, cujas formas adultas foram mais tarde descritas por Bancroft. Além disso, comprovou, ao realizar uma autópsia em um doente vindo do Egito, que a doença conhecida como opilação ou cansaço era causada pelo Ancylostoma Duodenale (verme que Dubin descobrira em 1838, em Milão). Em 1866-1867 publicou uma série de trabalhos comprovando suas descobertas sobre esta doença.

Pesquisou ainda a anatomia patológica da doença conhecida vulgarmente como “ainhum”.
Morreu em Salvador, no dia 7 de maio de 1873, vitima de apoplexia cerebral.

Data Publicação: 12/01/2022