Por: Daniele Souza

Avião, asa-delta, balão, ultraleve, foguete. Se hoje existem diversas possibilidades de voo, houve um tempo em que isto apenas existia no imaginário das pessoas.

O brasileiro Santos Dumont voa no 14 Bis, o primeiro avião do mundo.

O brasileiro Santos Dumont voa no 14 Bis, o primeiro avião do mundo.

Ao se pensar em voar, durante muito tempo, o homem utilizou a natureza como fonte de inspiração: o movimento dos pássaros. Ele procurava desenhar asas que batessem e, em se tratando de voo livre, desconhecia o ponto de apoio, que pudesse dar equilíbrio ao voo.

Já no século XI e XII, pensava-se em como voar. Mas os conhecimentos eram reduzidos, não se sabia muito a respeito de física, tampouco de outras disciplinas, que ainda estavam se desenvolvendo.

Um dos primeiros sucessos na história da humanidade foi o balão. Em 1709, Bartolomeu de Gusmão fez uma demonstração para corte portuguesa, levantando um balão de ar quente a uma pequena altura e causando grande impacto nos espectadores.

Você já percebeu que, perto do fogo, as fagulhas sobem? Porque ali o ar é mais quente, tendendo a “jogar” tudo para cima. Foi isso que Bartolomeu observou: o ar quente é mais leve que o ar frio, que o ar ambiente. Nascia, portanto, o balão de ar quente, o famoso balão de São João, presente nas atuais festas juninas. Bartolomeu foi o primeiro brasileiro a solicitar o equivalente à atual patente para Portugal.

Enquanto isso, outras descobertas iam sendo realizadas: em 1766, o elemento hidrogênio foi descoberto, um gás 14 vezes mais leve que o ar. Até então, acreditava-se na existência de quatro elementos fundamentais: ar, fogo, terra e água.  Mas como podia existir hidrogênio no ar, até então um elemento fundamental?  E que pega fogo! Então ocorreu uma revolução na química.

O que isso tem a ver com os balões? Após algum tempo sem maiores experiências, em junho de 1783, os irmãos Montgolfier – Jacques Etienne e Joseph Michel – fizeram uma cópia do balão de Bartolomeu de Gusmão, só que em maior dimensão. No mesmo ano, outros inventores aproveitaram o hidrogênio para colocar no balão!

Os balões foram se desenvolvendo sem muitos problemas quanto ao equilíbrio. Como o balão tende a subir porque o gás ( ou o ar quente) é mais leve que o ar ambiente, colocava-se o balão parado com um peso. Para subir, era só retirar o peso e iniciar o voo.

Mas será que os humanos, que queriam tanto voar, sobreviveriam longe da terra? Ou o contato com a terra seria essencial para a vida em geral? Em setembro de 1783, na França, voaram os três primeiros viajantes: um pato, uma galinha e um cordeiro!

Os animais sobreviveram e instigaram ainda mais a vontade de voar. E os humanos também “experimentaram” o voo, primeiramente num balão preso ao solo por cordas, depois num pequeno voo livre.

Por meio do balão, o voo era possível, mas sem nenhum controle. Havia, portanto, um grande problema: como direcionar o voo do balão para onde se quisesse ir? Como garantir a dirigibilidade? A essa altura, já existiam diversos cientistas pesquisando sobre o ato de voar e, ao longo do tempo, foram surgindo os dirigíveis, os planadores, os primeiros aviões, as asas-delta, entre outros.

Dirigindo o voo

O voo dos urubus

Fontes de imagens: http://www.ufmg.br/online/arquivos/003770.shtml, *Desenho retirado em: Enciclopédia Ilustrada do Estudante – Volume 02

Data Publicação: 03/12/2021