Por: Bruno Delecave

Canário-do-reino. Imagem: Wikipedia.

Canário-do-reino. Imagem: Wikipedia.

Quem gosta de futebol e não ouviu falar na Seleção Canarinho? A seleção de futebol mais famosa do mundo – a brasileira – ganhou seu apelido na Copa de 54, quando estreava o uniforme verde e amarelo. A alcunha foi criada pelo radialista Geraldo José de Almeida e é utilizada até hoje.

Desde então, além de ser a terra do futebol, o Brasil é o país do canarinho. Vamos deixar o futebol de lado e conhecer esse pássaro simpático? Existem dezenas de espécies de canários, como o canário-do-reino (Serinus canaria) e o canário-da-terra verdadeiro (Sicalis flaveola brasiliensis). Apesar de parecidos fisicamente, são de espécies distintas. Além disso, algumas espécies se dividem em raças diferentes.

Uma seleção de canários

 

Canário de cor. Foto: Freegiampi.

Canário de cor. Foto: Freegiampi.

O canário-do-reino (Serinus canaria) veio de Açores, da Ilha da Madeira e das Ilhas Canárias – da onde vem o nome desse pássaro. Por causa da beleza, são criados em várias partes do mundo. Ao longo dos anos, criadores foram selecionando características desejadas – como a cor da plumagem e o tipo de canto. As diferenciações decorrentes da seleção artificial resultaram em várias raças de canários-do-reino, que podem ser dividas em em três grupos: cor, porte e canto.

Em geral, canários têm plumagem amarelada, mas os canários de cor apresentam muitas outras tonalidades – como azul, vermelho e branco. Os canários de porte – como o Gloster, o Yorkshire e o Topete Alemão – possuem formas exóticas. Já os canários de canto foram selecionados pela maneira como cantam. Existem três raças cantoras: o Canário Malinois, o Timbrado Espanhol e o Hazer Roller.

Os nativos

O canário-da-terra verdadeiro (Sicalis flaveola brasiliensis) é nativo da América do Sul. É muito parecido com o reino, apesar de ser de uma espécie diferente. Daí, o mesmo nome. Ao contrário do seu xará das ilhas ibéricas, o canário da-terra não se divide em raças.

Entretanto, existem outras espécies de canários nativos. Do mesmo gênero são o canário-do-amazonas (Sicalis columbiana) ,menor que o da terra; o canário-rasteiro (Sicalis citrina), cuja plumagem é esverdeada; e o canário-tipio (Sicalis luteola), com manchas marrons em suas plumas.

Além desses, existem canários nativos pertencentes a outros gêneros, como o canário-do-campo (Emberizoides herbicola), o canário-do-brejo (Emberizoides ypiranganus) e o canário-do-mato (Basileuterus flaveolus), entre muitos outros.

Passarinho briguento

Canário-da-terra verdadeiro. Foto: Dario Sanches.

Canário-da-terra verdadeiro. Foto: Dario Sanches.

O canário-da-terra verdadeiro faz ninhos em buracos, além de utilizar ninhos abandonados por joões-de-barro e caveiras de gado colocadas em estacas. Essa espécie defende sua casa com unhas e dentes, ou melhor, com garras e bico. Chega a atacar aves maiores para proteger seu lar. Mas, o temperamento agressivo desta espécie vai além de questões territoriais. Os machos costumam brigar entre si pelas fêmeas – que estimulam essas competições.

Alguns passarinheiros – como são chamados criadores, caçadores ou vendedores de pássaros –  divertem-se colocando dois canarinhos para brigar. Eles organizam torneios semelhantes às rinhas de galo e apostam em quem vai vencer. Os passarinhos saem muito machucados do combate e podem até morrer. Além de ser uma tremenda covardia, essa prática é contra lei.

 

Consultoria: Paula Barja – Museu da Vida.

Fonte: Avibase

Data Publicação: 23/11/2021