Por: Bruno Delecave

Perereca. Foto: arquivo Fiocruz.

Perereca. Foto: arquivo Fiocruz.

O sapo cururu não canta mais na beira do rio. Isso por que os anuros – ordem de animais do qual fazem parte, além dos sapos, rãs e pererecas – estão ameaçados de extinção. Cerca de 30% das mais de 5.600 espécies de anuros está correndo risco de sumir de vez. Nos últimos 30 anos, 35 espécies foram extintas. Isso significa que, em média, mais de uma espécie de anuro desaparece por ano.

O Brasil tem a maior diversidade de sapos, pererecas e rãs. Aqui podemos encontrar 15% das espécies existentes no mundo. A maioria das 849 espécies encontrada em nosso país só pode ser encontrada aqui. Por isso as chamamos de endêmicas. Tamanha biodiversidade vem acompanhada de muita responsabilidade. Pois se alguma espécie endêmica for extinta em nosso território, não poderemos encontrá-la em nenhum outro lugar.

Rã. Foto: arquivo Fiocruz.

Rã. Foto: arquivo Fiocruz.

Bioindicadores

Por serem anfíbios, os anuros passam parte de sua vida na água e parte na terra. Além disso, eles têm a pele fina e permeável – ou seja, pode ser atravessada por líquidos e gases. Essas duas características os tornam sensíveis a alterações ambientais. Poluição e mudanças climáticas podem ser fatais para esses animais.

Se anuros desaparecem de um lugar onde antes estavam presentes é porque algo está errado, mesmo quando tudo parece estar certo. Essa sensibilidade faz deles bons organismos bioindicadores. Quando o sapo cururu (Bufo marinus) some da beira de um rio, sabemos que esse rio sofreu alguma alteração. Para protegermos esses animais da extinção é essencial preservamos o meio-ambiente.

Fonte: VERDADE, Vanessa K., DIXO, Marianna e CURCIO, Felipe F. Os riscos de extinção de sapos, rãs e pererecas em decorrência das alterações ambientais.

Consultoria: Miguel de Oliveira – Museu da Vida / Fiocruz.

Data Publicação: 23/11/2021