Por: Ana Palma e Miguel Oliveira
No início do século, Oswaldo Cruz utilizava enxofre e piretro, um inseticida natural obtido de flores secas de crisântemo, na luta contra o Aedes aegypti. Com a descoberta do DDT, acreditou-se que o problema dos mosquitos transmissores de doenças estava resolvido. Contudo, mais tarde, descobriu-se que este composto organoclorado era cancerígeno e estava causando a morte de pássaros. Hoje, o controle tem sido feito principalmente com inseticidas piretróides ou organosfosforados, menos tóxicos ao ambiente.
O uso contínuo de produtos químicos no combate a insetos age como uma seleção artificial: populações mais sensíveis morrem, mas alguns indivíduos resistentes sobrevivem e passam esta resistência a seus descendentes. Em pouco tempo, os insetos resistentes – devido principalmente a mudanças genéticas ou de comportamento – tornam-se maioria e os inseticidas perdem sua eficiência.
A detecção da resistência aos pesticidas se deu com o uso intensivo do DDT. Atualmente, há regiões no mundo em que os mosquitos são resistentes à maioria dos inseticidas. No Brasil, a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) desenvolve um programa de monitoramento nacional da resistência dos mosquitos a inseticidas, fundamentais para a escolha dos compostos ou combinações de pesticidas mais eficazes.
Data Publicação: 23/11/2021