Por: Clara Pazos

Foto: Joshua Strang/US Air Force

Foto: Joshua Strang/US Air Force

“Uau!” – isso é o que pensamos ao vermos uma aurora polar. E não é para pouco, esse jogo de luzes sempre impressionou povos do mundo inteiro, que criaram diversas lendas para explicar esse fenômeno misterioso. Mas a aurora também inspirou obras musicais e literárias, tal como A Bússola de Ouro, primeiro livro da trilogia Fronteiras do Universo de Philip Pullman.

A aurora polar é, na realidade, um fenômeno ótico natural que ocorre nas regiões polares de nosso planeta. No norte é conhecida como Aurora Boreal; Já no sul, é a Aurora Austral. Este fenômeno não está restrito à Terra, ele também ocorre em outros planetas do sistema solar como Júpiter, Marte, Vênus e Saturno.

O que causa a aurora polar?

Na realidade, a Aurora acontece em função do choque dos ventos solares contra o campo magnético do planeta. Ventos solares? O vento solar é formado por partículas (elétrons, prótons e outras partículas radioativas) eletricamente carregadas emitidas continuamente pelo Sol. O campo magnético da Terra funciona como um escudo de força, protegendo o planeta da radiação ultravioleta do Sol e possibilitando a existência de vida.

Choque entre ventos solares e campo magnético/NASA

Choque entre ventos solares e campo magnético/NASA

As partículas do vento solar colidem violentamente e em grande velocidade contra os gases da atmosfera (ionosfera) terrestre.  Parte da energia da partícula é transferida para o átomo em um processo chamado ionização. O átomo libera elétrons que vão se chocar com outros átomos, em um novo processo de ionização.  Nesse processo de excitação e estabilização dos átomos, a luz é emitida.

As cores da aurora

Foto: Frank Olsen/Wikimedia

Foto: Frank Olsen/Wikimedia

Quem observa as luzes dançantes da aurora polar percebe que elas apresentam cores variadas. A cor da aurora depende da altitude em que se dá a colisão do vento solar com o campo magnético e os gases predominantes naquela faixa da atmosfera.

Quando a colisão ocorre a mais de 300 quilômetros de altitude, dá origem a uma aurora vermelha, muito rara, devido à presença, em grande quantidade, de átomos livres de oxigênio . Entre 100 e 300 quilômetros, o gás predominante é o oxigênio, produzindo luzes brilhantes de amarelas a verdes. Já em torno dos 100 quilômetros, predomina o nitrogênio resultando em uma luz avermelhada. Na camada superior da ionosfera, gases mais leves, como o hidrogênio e o hélio, criam cores azuis e violetas, geralmente não percebidas pelo olho humano, mas captadas pelos filmes fotográficos, mais sensíveis.

A aurora pode aparecer em vários formatos: pontos luminosos, faixas dançantes no sentido horizontal ou circular, sempre alinhadas ao campo magnético terrestre. Ela é mais visível e brilhante, chegando a ser observada em latitudes mais baixas, em períodos de intensa atividade solar, como nas explosões solares.

A melhor época para ver a aurora é quando a Terra está mais equilibrada em relação ao Sol, durante a primavera e o outono,  nos meses de Setembro – Outubro e Fevereiro – Março, a partir das 21h, sendo o melhor horário por volta das 23:30h.

Consultor: Paulo Colonese

 

Foto: NASA

Foto: NASA

Para saber mais

(em português)

MEC
Meio Ambiente(capítulo sobre atmosfera)

Explicatorium

(em inglês)

Auroras: Paintings in the Sky

NASA

Geophysical Institute/University of Alaska

Para professores (em inglês)

Para professores (em espanhol)

Data Publicação: 06/12/2021