Crianças que participaram do projeto ‘Reaproveitamento dos alimentos de forma sustentável e ecológica’, um dos trabalhos premiados no 13º Circuito de Ciências das Escolas Públicas do Distrito Federal. Crédito: Acervo pessoal

 

Crianças de escolas públicas do Distrito Federal produzem projetos científicos sobre meio ambiente premiados no Circuito de Ciências

Esse texto faz parte de uma série de reportagens produzidas a partir de trabalhos premiados no 13º Circuito de Ciências das Escolas Públicas do Distrito Federal, uma ação da Secretaria de Educação do DF.

 

Qual é a idade certa para começar a fazer atividades de ciências? Centenas de crianças da Educação Infantil da rede pública do Distrito Federal mostram que já têm uma característica fundamental para qualquer cientista: a curiosidade. Elas participaram de projetos científicos da 13ª edição do Circuito de Ciências Escolas Públicas do DF.

 

O que fazer com a casca da banana?

Para as crianças, o desejo de saber mais ultrapassa a sala de aula. A inspiração para um projeto de ciências pode estar até no refeitório da escola! Foi o que aconteceu com a turma Maternal IIA da Casa do Candango, no Plano Piloto. Após um lanche, a turma se perguntou o que poderia ser feito com as cascas de banana que se acumulavam na lixeira. A resposta veio com o projeto “Reaproveitamento dos alimentos de forma sustentável e ecológica”.

A professora orientadora do projeto da Casa do Candango Meiriane Rosa conta: “Meu maior desafio foi adaptar o tema, sua compreensão e vivência, pois nessa idade eles ainda estão desenvolvendo noções de tempo, causa e consequência, o que exigiu atividades lúdicas, concretas e sensoriais para que conseguissem entender, por exemplo, por que não desperdiçar e como reutilizar de forma segura”.

Para ela, projetos de ciências na Educação Infantil permitem “despertar a curiosidade natural das crianças, estimular a investigação, desenvolver pensamento crítico promovendo a aprendizagem ativa por meio de observação, experimentação e descoberta do mundo ao seu redor”.

 

 

Desmatamento também virou projeto de ciências

Sem perceber, as crianças investigam o mundo ao seu redor mais ou menos como os cientistas fazem.  Segundo a psicóloga e gestora Viviane Balestrin, “as crianças são, por natureza, curiosas sobre o mundo ao seu redor. Os projetos de ciências possibilitam explorar essa curiosidade de maneira estruturada, incentivando-as a fazer perguntas, levantar hipóteses, investigar e buscar respostas, desenvolvendo, assim, o pensamento crítico e científico desde cedo”. Além disso, ao vivenciarem experiências concretas, elas aprendem de forma mais significativa e duradoura, consolidando conhecimentos de maneira prática e envolvente. Ao explorar temas relacionados à natureza, à sustentabilidade e aos seres vivos, as crianças começam a compreender a importância de cuidar do meio ambiente, desenvolvendo atitudes de respeito e preservação. E é aqui que pode nascer a inspiração para um novo projeto.

Em época de mudanças climáticas, as chuvas fortes são cada vez mais comuns. E, infelizmente, provocam desmoronamento de casas em encostas de morros. Mas o que o desmatamento tem a ver com isso? Essa foi a pergunta que deu origem ao projeto “Sem floresta, sem futuro: o impacto do desmatamento na qualidade de vida da população”, do Centro de Educação Infantil 01, em Taguatinga. O trabalho também foi premiado na categoria Educação Infantil do 13º Circuito de Ciências das Escolas Públicas do Distrito Federal.

 

 

Para o professor Sacha Clael, orientador do projeto, “criar um senso crítico nos primeiros anos da educação é importante para tentar fazer com que a criança enxergue o mundo com outros olhos, além de tornar palpável muitos conteúdos abstratos”. A maior dificuldade? Obter recursos financeiros para implementar os projetos.

 

 

Meio ambiente no jardim da escola

Naturalmente curiosas, para as crianças, um pequeno canteiro pode ser um universo a ser descoberto, afinal, elas têm muito para conhecer. Uma visita ao jardim da escola pode virar uma exploração empolgante sobre insetos e outros seres vivos. Assim começou o projeto “Pequenos exploradores do meio ambiente”, do Centro de Educação da Primeira Infância (CEPI) Flor de Lis, em Sobradinho.

A partir da observação e exploração de espaços da escola, os alunos puderam saber mais sobre diferentes espécies, o ciclo da água e experimentaram a prática da reciclagem de materiais no dia a dia. O trabalho também foi um dos premiados na categoria Educação Infantil do 13º Circuito de Ciências das Escolas Públicas do Distrito Federal.

 

 

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Por Tereza Costa