or: Bruno Delecave

Em espanhol, meninos são chamados de niños e meninas, de niñas. Mas quando alguém fala em El Niño e La Niña, está falando de dois fenômenos climáticos. O nome El Niño – uma referência ao menino Jesus – foi dado pelos pescadores porque ocorre, com mais frequência, antes do Natal. Já o La Niña ganhou o nome de menina, por ser o oposto do El Niño.

Assim como meninos e meninas, El Niño e La Niña podem causar muita bagunça. Crianças bagunçam a casa e os quartos, mas esses fenômenos climáticos bagunçam o clima e os oceanos. Se crianças fazem bagunça quase todo dia, El Niño e La Niña ocorrem em média a cada três ou quatro anos.

Menino quente

El Niño no verão. CPTEC.

El Niño no verão. CPTEC.

El Niño no inverno. CPTEC.

El Niño no inverno. CPTEC.

O El Niño é um aquecimento anormal das águas superficiais do oceano Pacífico Tropical em conjunto com enfraquecimento dos ventos alísios. Este aquecimento se dá principalmente na costa do Peru, onde afeta o trabalho de pescadores, diminuindo a quantidade de peixes na região.

Suas consequências, porém, são sentidas em diversas partes do mundo. O aumento da temperatura e a variação da quantidade de chuvas são os principais efeitos do fenômeno.

No Brasil, o El Niño diminui as chuvas nas regiões Norte e Nordeste, agravando as secas e aumentando os incêndios na floresta Amazônica. Já na reigão do Sul, o efeito é o contrário: ele aumenta as chuvas, causando prejuízos aos agricultores. Além disso, faz a temperatura subir em todo país.

Menina fria

La Niña no verão. CPTEC.

La Niña no verão. CPTEC.

La Niña no verão. CPTEC.

La Niña no verão. CPTEC.

Também conhecido como El Viejo (o velho, em espanhol) e Anti-El Nino, La Niña é o fenômeno oposto ao El Niño. Ao invés de aquecimento, há um resfriamento das águas do oceano Pacífico Tropical, junto com maior intensidade dos ventos alísios.

Os principais efeitos em nosso país são: aumento das chuvas na região Nordeste e temperaturas abaixo do normal na região Sudeste no verão, e um inverno mais seco nas regiões Sul e Sudeste.

Passado e futuro

Em 1982-83 e 1997-98 ocorreram as manifestações mais intensas do El Niño já observadas. O La Niña se manifestou com maior força em 1988-89, 1995-96 e em 1998-99. Os episódios do La Niña duram menos tempo e são menos frequentes do que os do El Niño.

Diferentemente da bagunça feita em casa, os efeitos do El Niño e La Niña não podem ser arrumados. Pois são naturais e voltam a ocorrer a cada tantos anos. Mas se estudarmos mais a meteorologia talvez sejamos capazes de prever melhor quando esses fenômenos vão ocorrer. Você já pensou em ser um meteorologista?

Fontes de informação:CPTEC

El Niño (em inglês)

La Niña (em inglês)

Data Publicação: 10/01/2022