Por: invivo

Zeus liberando os seres vivos de um ovo *1

Zeus liberando os seres vivos de um ovo *1

Na tentativa de compreender como um semelhante produz outro semelhante, o homem atribuiu papéis diferentes aos machos e as fêmeas.

Platão afirmava que o macho carregava no sêmen um novo ser. Já Aristotéles defendia que uma nova vida era fruto da mistura dos fluidos do pai, que contribuía com as mudanças, com o movimento, e da mãe que trazia a matéria para a geração. Para ele, o novo ser se desenvolvia gradualmente e a vida só surgia algum tempo depois da concepção. Hipócrates e Galeno também acreditavam que os sêmens masculinos e femininos se misturavam para a concepção do novo indivíduo.

Admirador das ideias de Aristóteles, São Tomás de Aquino procurou conciliá-las com os princípios do cristianismo, influenciando a teologia cristã e a filosofia ocidental. Ele acreditava que a alma só se instalava no embrião 40 dias após a fecundação, assim como Santo Agostinho. Essa visão persistiu na Igreja até 1869, quando o Papa Pio IX decretou que a vida iniciava na concepção.

Ilustração de Leonardo da Vinci

Ilustração de Leonardo da Vinci

Leonardo da Vinci defendia que a contribuição do pai e da mãe na formação do novo ser tinha o mesmo peso. O gênio da Renascença desenvolveu extensos estudos sobre anatomia e fisiologia. Entre 1510 e 1513, ele investigou a anatomia e formação de embriões humanos.

A ideia da presença de um atributo não material (força vital) no processo de fecundação caracteriza os séculos XV e XVI. É significativa a definição de Paracelsus : o esperma era veículo de um princípio semimaterial – uma aura seminalis.

Imagens*1. Ilustração da obra Dissertações sobre a Geração dos Animais (1651), de William Harvey, atribuída a Richard Gaywood. Harvey acreditava que toda a vida vinha do ovo.

Veja também:

Bonecas russas ou conjunção

Macho e fêmea

Sem sexo

Obs: Inspirado na exposição Vida (1995). Curadores: Nísia Trindade, Luis Otávio Ferreira e Luis Antônio Teixeira.

Data Publicação: 06/12/2021